O termo é recente — foi usado pela primeira vez em 2015, no ITS Congress, em Bordeaux.
A ideia dele é que, ao tratar a mobilidade como um serviço, o usuário consiga, em uma única plataforma, escolher e pagar pelas melhores formas de se deslocar, seja através de transporte terrestre, aéreo ou aquático; público ou privado.
Apesar de ter se popularizado há pouco tempo, ele vem para tentar resolver problemas que já fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo há anos. Um deles é o impacto ambiental causado pelos meios de transporte.
De acordo com o Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, do Ministério do Meio Ambiente, o setor de transportes é o que mais gera impacto na qualidade do ar, sendo responsável por 90% das emissões de gases poluentes e de CO2.
Considerando esse impacto, a mobilidade urbana deixa de ser apenas um meio de locomoção da população, tornando-se também uma questão ambiental que implica diretamente na qualidade de vida nas cidades.
Após alguns anos de estabilidade, a frota de veículos particulares voltou a subir. O crescimento, no ano de 2018, chegou a 1,2%, o que corresponde a 43 milhões de veículos circulando pelas ruas, aqui no Brasil.
E o que isso significa? Mais carros, mais degradação da qualidade do ar, aumento dos níveis de ruídos, mais trânsito e aquecimento global acentuado.
O conceito de MaaS pode ser uma resposta para amenizar esse cenário.
Em 2012, foi criada a Política Nacional de Mobilidade Urbana, também conhecida com Lei da Mobilidade Urbana, que determina aos municípios a tarefa de planejar e executar a política de mobilidade nos centros urbanos.
A proposta surgiu, principalmente, por entender que esta é uma das prioridades da pauta de planejamento das cidades modernas – ou cidades inteligentes – que crescem cada vez mais.
Priorizam-se os transportes não motorizados, públicos e coletivos, e reduzem-se os motorizados e individualizados. Esta medida torna possível o monitoramento e controle das emissões dos gases de efeito estufa, reduzindo, assim, os índices de poluição do ar.
As cidades inteligentes priorizam a sustentabilidade, especialmente na criação de estratégias de infraestrutura, comunicação e gestão urbana. O conceito de MaaS é uma das vertentes abraçadas nesta busca por soluções mais sustentáveis.
O MaaS é todo pensado na necessidade do usuário, e baseia a escolha dos meios de transporte no fornecimento de dados do trânsito em tempo real, locais para estacionamento, locais de acidentes e na sustentabilidade, levando em consideração a qualidade do ar e demais tipos de poluição.
Algumas das iniciativas de MaaS mais comuns são o compartilhamento de bicicletas, com ou sem estações fixas, veículos elétricos para deslocamentos dentro das cidades, integração de meios de transportes como ônibus, metrô e bikes, além de apps de carona e compartilhamento de corrida.
Na Alemanha, por exemplo, há regulações que são favoráveis aos veículos elétricos em certas cidades, como estacionamento gratuito, uso liberado de faixas especiais e acesso exclusivo a zonas restritas.
Trazendo o assunto para dentro da realidade das empresas, é válido incentivar o uso sustentável do transporte corporativo, priorizando os meios não motorizados e, se possível, em horários alternativos, que não sejam de trânsito intenso.
Assim, podemos tornar as viagens corporativas mais sustentáveis, além de uma ferramenta de disseminação de um conceito moderno e inteligente, que tende a se popularizar cada vez mais nos próximos anos.