Indicadores econômicos são parâmetros que medem e avaliam o desempenho do controle de gastos de uma empresa.
Essas métricas geram informações financeiras para a análise de desempenho e de resultado. Ou seja, são dados que mensuram a efetividade da gestão e controle de gastos.
Dessa forma, é possível tomar as decisões gerenciais necessárias, ajustando desvios que estejam prejudicando o desempenho dos negócios, ou aproveitar as oportunidades destacadas pelos índices.
Quando falamos sobre o setor de turismo e eventos, os indicadores econômicos têm a mesma função descrita acima, sendo usados para avaliar, especificamente, o desempenho e gastos financeiros das viagens corporativas.
Nesse nicho, as decisões orçamentárias são pautadas por indicadores básicos, como IPCA e Taxa Selic, e também por outros mais específicos, como o preço do QAV (combustível de aviação).
O IPCA é um dos índices de inflação mais tradicionais e importantes do Brasil. Sua função é medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo.
O significado do acrônimo é Índice de Preços ao Consumidor Amplo. O indicador tem como objetivo abranger 90% das pessoas que vivem nas áreas urbanas no país.
O resultado da conta indica se, na média, os preços aumentaram, diminuíram ou permaneceram estáveis de um mês para o mês seguinte.
Consiste na oscilação do câmbio, na mudança do valor de uma moeda em relação a outra. Basicamente, é o preço de uma moeda estrangeira, como o dólar, em relação ao real.
Essa oscilação pode refletir nos preços praticados para produtos e serviços no país e impactar no orçamento — quando a moeda nacional sofre desvalorização em comparação à estrangeira, todo o cenário político e econômico é afetado — ele impacta no preço do combustível e no leasing das aeronaves, por exemplo.
O leasing é o principal instrumento utilizado pelas companhias aéreas para adquirir suas aeronaves, dado o alto custo de aquisição. É uma espécie de aluguel/arrendamento que oferece flexibilidade para as empresas, permitindo que elas utilizem os equipamentos o tempo que precisarem, bem como façam a sua devolução, se necessário.
A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira.
É a Taxa Selic que norteia a grande maioria das operações envolvendo juros no Brasil, incluindo financiamentos, investimentos financeiros e empréstimos. Ela é o principal instrumento da política monetária para controlar a inflação.
Essa taxa é definida pelo Governo Federal, por meio do Banco Central e do seu Comitê de Política Monetária (Copom) em reuniões realizadas a cada 45 dias.
A trajetória de elevação Selic, iniciada em janeiro de 2021, saindo de 2% ao ano para os atuais 13,75%, representa um grande aumento no custo de capital. Assim, a aquisição de veículos por locadoras ficou financeiramente mais oneroso e economicamente mais difícil.
Isso causa uma redução na oferta de veículos disponíveis para as locadoras, pressionando o valor da locação. Enquanto esse desequilíbrio persistir, haverá tendência de elevação na tarifa média da locação de veículos.
O índice IGP-M foi criado para medir o movimento dos preços de forma geral. Por isso, ele tem o objetivo de ser mais abrangente que outros índices do mercado.
O IGP-M envolve uma série de fatores para ser calculado, funcionando como um indicador macroeconômico. Isto é, por meio dele, é possível ter uma noção do estado atual da economia e da inflação.
Outra de suas funções é ser um indexador de contratos (aluguel, tarifas públicas, seguros, etc.). Assim, ele influencia diretamente suas finanças, pois está relacionado a gastos do dia a dia, como educação, imóveis, energia — e viagens e hospedagem.
O preço médio do bilhete aéreo tem uma grande relação com o custo do querosene de aviação (QAV). O combustível representa 35% do custo operacional das empresas aéreas, antes da disparada do valor do QAV.
Atualmente, é provável que a participação de combustíveis no custo operacional ultrapasse os 50%. Assim, para realizar uma boa projeção do preço médio do bilhete é fundamental, antes, entender os movimentos de precificação no mercado de combustíveis.
Agora que você já conhece os principais indicadores observados, podemos ir para a prática.
Todos os índices mencionados anteriormente influenciam, em maior ou menor grau, nos custos relacionados às viagens. Uma vez que os conhecemos e acompanhamos suas variações, podemos utilizá-los para basear as etapas do planejamento orçamentário, que são as seguintes:
Em primeiro lugar, é necessário conhecer os padrões de compra dos colaboradores — quais são os períodos com maior volume de compras, para quais destinos, quais costumam ser as principais despesas…
Com o perfil traçado, podemos estruturar os dados obtidos para prever quais serão os gastos futuros, tendo assim uma estimativa de quando e onde eles ocorrerão.
Esse é o passo mais afetado pelos indicadores econômicos: o momento de buscar e negociar com fornecedores, encontrando os produtos e serviços com melhor custo benefício.
É importante estar sempre atento às tendências de mercado, pois elas podem ser excelentes oportunidades de economizar, sem abrir mão da qualidade.
Esse é o momento de, efetivamente, estabelecer a quantidade de viagens pretendida, delimitando o orçamento máximo liberado para cada uma delas, consolidando o resultado final de gastos para aprovação.
A fase final é, logicamente, uma análise detalhada dos resultados obtidos naquele período, avaliando se os gastos se mantiveram dentro do planejado e observando possíveis pontos de melhoria.
Nesse momento, é muito útil ter o auxílio de uma consultoria especializada, que vai ajudar o gestor a identificar e mapear todos os itens.