Até alguns anos atrás, viajar de avião era sinônimo de se desconectar do mundo.
Assim que os passageiros se acomodavam em seus lugares, lá vinha a aeromoça dar as intruções de segurança e pedir que todos colocassem os celulares e demais aparelhos eletrônicos no modo avião.
A partir daí, seguiam-se algumas horas de viagem offline, onde o passageiro poderia aproveitar a paz de um celular sem notificações (ou ficar ansioso pela falta delas).
Mas já faz alguns anos que esse cenário mudou — no Brasil, o wi-fi nas aeronaves chegou oficialmente em 2016, oferecido pela GOL.
Mas, afinal, como ele funciona? Qualquer um pode usar? Em quais voos está disponível? É possível trabalhar através dele? Vamos descobrir agora.
Antes de mais nada, precisamos entender que realmente há uma razão concreta para a obrigatoriedade de ativar o modo avião e se desconectar.
Sabe quando a caixa de som do seu computador emite um ruído segundos antes do seu celular começar a tocar?
Agora, imagine estar no comando de um jato comercial, a 10 mil metros de altura, e ouvir o mesmo som enquanto tenta falar com o controlador para saber se pode ou não aterrissar. Pois é.
Por isso, o modo avião foi desenvolvido como uma forma de cortar a emissão de qualquer sinal de radiofrequência do aparelho, sem precisar necessariamente desligá-lo, trazendo asssim mais segurança aos voos.
Assim, para que fosse possível oferecer um serviço de wi-fi aos passageiros, as companhias aéreas precisaram desenvolver uma tecnologia que não causasse interferência nos aparelhos de comunicação dos pilotos, ou qualquer outro tipo de risco à segurança do voo.
A tecnologia chegou e, hoje, diversas empresas internacionais como Norwegian, SAS, Air France e Turkish Airlines já oferecem uma conexão segura a seus passageiros.
Ela é obtida através de antenas de altíssima qualidade, que captam o sinal das torres de transmissão no solo, ou então via satélite, quando o avião está sobrevoando áreas mais remotas.
No Brasil, como mencionamos acima, a novidade chegou em 2016, oferecida pela GOL.
Desde então, os aviões da empresa foram sendo progressivamente equipados com a tecnologia e, hoje, todos os passageiros da companhia aérea podem permanecer conectados durante os voos.
Um pouco mais tarde, em 2018, a LATAM também passou a oferecer o serviço, seguida pela Azul, em 2021.
As três companhias aéreas cobram pelo acesso, oferecendo diferentes tipos de pacotes, de acordo com a duração do voo e os serviços disponíveis.
No final das contas, as três companhias conseguiram oferecer seus pacotes por valores razoáveis, o que pode facilitar muito a vida dos viajantes corporativos que precisam trabalhar durante os voos.
Olha só como funcionam os pacotes de cada empresa:
Para acessar a internet nos voos da GOL, basta conectar seu celular, tablet ou notebook na rede da companhia e comprar um dos pacotes. O acesso a eles estará disponível sempre que o alerta de wi-fi ao lado do sinal de atar cintos estiver ligado.
A rede a ser conectada tem o nome “gogoinflight”. Automaticamente, seu dispositivo deverá abrir o navegador com a página para escolha do pacote desejado.
A GOL oferece três opções de pacotes, que variam de R$ 25 a R$ 58. Os mais baratos são ideais para navegação em sites leves, como e-mail e redes sociais, enquanto o mais caro é recomendado para fazer vídeochamadas ou acessar sites de streaming (Netflix, por exemplo).
A companhia oferece o serviço em cerca de 50 aviões dos modelos A319 e A320 que realizam voos dentro do Brasil, América do Sul e Caribe. Todas as aeronaves que operam a ponte aérea Rio-SP também oferecem o serviço.
Para acessar, é só se conectar à rede LATAM Play, digitar latanplay.com no navegador e escolher um dos pacotes. São 5 opções que variam de R$ 25 a R$ 58, podendo durar durante uma hora ou por todo o voo. Assim como na GOL, também há um pacote gratuito para mensagens.
Clientes com status LATAM Pass Platinum ou superior recebem por e-mail um voucher para utilizar o wi-fi em voos nacionais sem nenhum custo. O envio é feito alguns dias antes do voo.
Atualmente, a companhia conta com cerca de 35 aviões da frota equipados com a tecnologia, entre jatos Airbus A320 neo e Embraer 195-E2. Segundo o fornecedor, o wi-fi da empresa oferece a conexão mais rápida do mundo em aviões.
Para acessar, basta se conectar a rede “Azul-WiFi”, aceitar os termos de uso que abrirão no navegador, preencher um breve cadastro e pronto, você estará conectado.
Pelo menos por enquanto, o wi-fi da Azul é de graça e não possui limitações de serviços, permitindo o uso para mesagens, redes sociais, reuniões e o que mais o viajante quiser.
Portanto, se você ainda tinha alguma dúvida sobre a viabilidade de trabalhar em uma viagem aérea, a resposta é sim, é possível, dependendo da companhia e da tecnologia da aeronave.
Ter a possibilidade de se manter conectado durante um voo é útil não só para trabalhar, mas também por questões de segurança e comodidade.
Você que é gestor de viagens, por exemplo, pode manter o contato com seu colaborador enquanto ele estiver no ar, permitindo a comunicação de qualquer problema ou imprevisto.
E, quando for você o viajante, mesmo se der o azar de embarcar em uma aeronave sem wi-fi disponível, ainda é possível baixar arquivos, planilhas e sites para trabalhar offline (ou, quem sabe, sentar na janelinha e só curtir a vista, mesmo).
Viajar em um voo com acesso à internet é uma comodidade que, com certeza, todo viajante corporativo gostaria de ter.
Pensando nisso, que tal proporcionar esse tipo de facilidade a seus colaboradores, permitindo que eles escolham voos com wi-fi disponível, ainda que o preço da tarifa possa ser um pouco maior?
Além de possibilitar que ele trabalhe durante o voo, se quiser, não precisar ficar incomunicável durante horas é o tipo de detalhe simples que vai, no fim do dia, aumentar a satisfação do profissional com a empresa, motivando-o a permanecer nela por mais tempo.