Por Luiz Moura

Mobility as a Service: como este modelo pode transformar o meio ambiente

04/06/2019

3 minutos de Leitura

Visto pela primeira vez em 2015, no ITS Congress, em Bordeaux, o termo Mobility as a Service (MaaS) é relativamente recente. A ideia é que, ao tratar a mobilidade como um serviço, o usuário consiga, em uma única plataforma, escolher e pagar pelas melhores formas de se deslocar, seja transporte terrestre, aéreo ou aquático; público […]

Visto pela primeira vez em 2015, no ITS Congress, em Bordeaux, o termo Mobility as a Service (MaaS) é relativamente recente. A ideia é que, ao tratar a mobilidade como um serviço, o usuário consiga, em uma única plataforma, escolher e pagar pelas melhores formas de se deslocar, seja transporte terrestre, aéreo ou aquático; público ou privado.

Apesar de ter se popularizado há pouco tempo, ele vem para tentar resolver problemas que há muito já fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo. Um deles é o impacto ambiental causado pelos meios de transporte.

De acordo com o Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, do Ministério do Meio Ambiente, o setor de transportes é o que mais gera impacto na qualidade do ar, sendo responsável por 90% das emissões de gases poluentes e de CO2. Diante disso, entende-se que a mobilidade urbana relaciona-se não apenas à locomoção da população, mas também é uma questão ambiental e que implica diretamente na qualidade de vida nas cidades.

Números que assustam

Após alguns anos de estabilidade, a frota de veículos particulares voltou a subir. O crescimento, no ano passado, chegou a 1,2%, o que corresponde a 43 milhões de veículos circulando pelas ruas, aqui no Brasil. E o que isso significa? Mais carros, mais degradação da qualidade do ar, aumento dos níveis de ruídos, mais trânsito e aquecimento global acentuado.

O que Mobility as a Service tem a ver com isso?

O conceito de MaaS pode ser uma resposta. Em 2012, foi criada a Política Nacional de Mobilidade Urbana, também conhecida com Lei da Mobilidade Urbana, que determina aos municípios a tarefa de planejar e executar a política de mobilidade nos centros urbanos. A proposta surge, principalmente, por entender que esta é uma das prioridades da pauta de planejamento das cidades modernas – ou cidades inteligentes – que crescem cada vez mais.

Priorizam-se os transportes não motorizados, públicos e coletivos, e reduzem-se os motorizados e individualizados. Esta medida torna possível o monitoramento e controle das emissões dos gases de efeito local e de efeito estufa, reduzindo, assim, os índices de poluição do ar.

MaaS e sustentabilidade no mundo

As cidades inteligentes priorizam a sustentabilidade, especialmente na criação de estratégias de infraestrutura, comunicação e gestão urbana. O conceito de MaaS é uma das vertentes abraçadas nesta busca por soluções mais sustentáveis.

Conforme exposto na publicação Entenda o que é Mobility as a Service: um conceito das cidades do futuro, o MaaS é todo pensado na necessidade do usuário, e baseia a escolha dos meios de transporte no fornecimento de dados do trânsito em tempo real, locais para estacionamento, locais de acidentes e até mesmo na sustentabilidade, levando em consideração a qualidade do ar. Diante disso, algumas cidades já oferecem opções mais eficazes na redução da poluição.


Compartilhamento de bicicletas, com ou sem estações fixas, veículos elétricos para deslocamentos dentro das cidades, integração de meios de transportes como ônibus, metrô e bikes são algumas iniciativas já adotadas, que além de otimizar tempo e custos, são sustentáveis.

Como é lá fora

Na Alemanha, por exemplo, há regulações que são favoráveis aos veículos elétricos em certas cidades, como estacionamento gratuito, uso liberado de faixas especiais e acesso exclusivo a zonas restritas.

Empresas que se movimentam de forma sustentável

Trazendo o assunto para dentro da realidade das empresas, é válido ressaltar a importância do incentivo no uso sustentável do transporte corporativo, priorizando a utilização de meios não motorizados e, se possível, em horários alternativos, que não sejam de trânsito intenso.

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